terça-feira, 13 de abril de 2010

what's up, doc?

Entra em vigor, hoje, o novo Código de Ética Médica, substituindo o anterior de 1988. Traz mudanças importantes no que tange à relação médico-paciente, porém deixa de fora questões polêmicas como a ortotanásia.
Os doentes terminais agora podem escolher não continuar seu tratamento, vedando ao médico praticar terapias desnecessárias que somente prolonguem o sofrimento. O novo código estabelece, ainda, que o médico deve escrever a receita de forma legível - e nesse ponto creio que terei problemas! - e não poderá prescrever à distância. Está proibida, também, a manipulação do genoma humano para fins de escolha do sexo ou das características genéticas dos bebês, mas a terapia gênica é permitida, o que traz uma nova esperança aos portadores de doenças crônicas até então consideradas incuráveis.
Entre tantas outras modificações menos significativas, ele é omisso na defesa profissional. Nossa classe é vítima de um processo crônico de desvalorização, com excesso de escolas médicas e uma enxurrada de profissionais despejados anualmente no mercado, a maioria com formação bastante duvidosa. Muitos pensam que tais questões não cabem ser abordadas dentro da Ética, mas posso afirmar que um médico despreparado para exercer a Medicina é, de longe, o maior gerador de processos ético-profissionais. Os pacientes que o digam.

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