quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

write in peace

A Montblanc resolveu fabricar uma caneta em edição limitada para homenagear Mahatma Gandhi, pacifista indiano e famoso defensor da não-violência como forma de protesto. Apesar da simplicidade da sua vida e de seus valores, a caneta que homenageia o líder espiritual e fundador do moderno Estado indiano é feita de ouro e prata e traz sua figura gravada na pena, tudo pela bagatela de US$24 mil.
A Justiça indiana não gostou e entrou com um processo para impedir a distribuição da caneta no país, alegando que o instrumento de luxo não é uma forma adequada de homenagear alguém conhecido por sua austeridade e que a Lei indiana proíbe o uso impróprio de símbolos e nomes.
Em um país onde cerca de 40% dos adultos é analfabeta, escrever não deve mesmo fazer parte do cotidiano das pessoas. Mesmo assim, das 70 canetas destinadas à comercialização na Índia, 42 já foram vendidas. A fundação de caridade do bisneto de Gandhi já recebeu da companhia US$145 mil em doações e receberá entre US$200 e US$1 mil para cada caneta vendida. Ou melhor, receberia, visto que a Montblanc anunciou a suspensão das vendas até que o processo seja julgado.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

travelling around

Os ingleses, como sempre, adoram inventar moda. A última ideia que lançaram não é exatamente original, porém extravagante: um hotel flutuante.
Não se trata, contudo, de algo que flutue sobre as águas, como os grandes navios trans-oceânicos. Ele flutuaria no ar. Isso mesmo, como um grande Zeppelin. Como disse, não se trata de uma ideia nova, visto que o conceito do grande balão foi desenhado e patenteado no século XIX. O projeto, sim, é moderno. Serviços 5 estrelas para poucos abastados que, entediados com o modo tradicional de viajar, gostariam de variar um pouco e experimentar as emoções de cruzar o mundo dentro de uma bolha de gás.
Esperamos que a tecnologia moderna tenha superado um problema elementar em veículos deste tipo: a alta inflamabilidade do hidrogênio. Uma pena seria se tão grandioso projeto tivesse o mesmo fim do Hindenburg.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

we are the world

Há 25 anos um grupo de 45 artistas, entre eles Michael Jackson, Lionel Ritchie, Diana Ross, Ray Charles, Bob Dylan, Stevie Wonder, se reunia em um estúdio de Hollywood para gravar um single com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à fome na África. "We Are The World" rendeu nada menos do que US$55 milhões. Eu mesmo ainda tenho o vinil!
Semana passada, um outro grupo de mais de 70 celebridades, incluindo Celine Dion e Barbra Streisand, juntaram-se no mesmo estúdio para regravar a música, desta vez em prol do Haiti.
Eu sei que é tudo muito nobre, a música até que é bonitinha mas, assim como a África continua faminta, o Haiti, com ou sem terremoto, continuará na miséria. O unguento alivia os sintomas mas não cura a doença, que, aliás, pelo atual rumo que a humanidade está tomando, já começo a acreditar que seja incurável.